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23/02/2022A Escherichia coli é uma bactéria que habita naturalmente o intestino das aves e está amplamente disseminada na pele e penas. Na verdade, em todo o ambiente do aviário: fezes, cama, poeira, alimentos, água, ácaros, insetos…
É uma velha conhecida, presente em toda a história da avicultura brasileira — e mundial! Segundo Disease of Poultry (2020), de 10 a 15% dos coliformes intestinais de aves normais podem pertencer a sorotipos potencialmente patogênicos. O que mudou de uns tempos para cá foi a seleção de cepas de E.coli patogênica aviária. As APECs (do inglês Avian Pathogenic E. coli) estão associadas à colibacilose e têm sido um grande problema para a produção de frangos de corte.
A doença é economicamente devastadora. Pode acometer aves de todas as idades, ainda que os animais jovens sejam os mais afetados, e impacta:
- No aumento da mortalidade e morbidade;
- No menor ganho de peso;
- No aumento da conversão alimentar;
- Na falta de uniformidade do lote;
- No aumento dos custos com medicações;
- No aumento da condenação no abatedouro.
Dentre as principais lesões, clinicamente observadas a campo, estão os quadros de onfalites, aerossaculites, salpingites, peritonites, pericardites e celulites.
No artigo de hoje, elaborado em parceria com o Diretor Técnico e Comercial da Biocamp, Paulo Martins, e com o Gerente de Negócios da Biocamp, Bauer Alvarenga, falamos mais sobre essa doença que tem assumido o protagonismo das enfermidades aviárias — e como é possível preveni-la. Manter o equilíbrio da microbiota intestinal (eubiose) e reforçar medidas de biosseguridade e bem-estar animal são essenciais.
APEC atinge todos os elos da cadeia de produção avícola
A colibacilose é apontada como a principal causa de perdas na avicultura brasileira, na atualidade, por causa da alta mortalidade inicial dos pintos e posterior condenação no abatedouro. Como a forma patogênica da bactéria da Escherichia coli é de agente secundário, pesquisadores e professores buscam explicações do porquê de este desafio estar tão em alta atualmente.
Por ser considerado um patógeno oportunista, dentre as possíveis causas primárias do problema estão alguns vírus respiratórios ou imunossupressores, uso imprudente de antibióticos, fatores genéticos, estresse e condições de manejo e de ambiente — que também podem contribuir para a ocorrência da doença. Fato é que a APEC continua causando prejuízos em todos os elos da cadeia de produção avícola.
Estamos considerando desde bisavós, avós e matrizes até aves comerciais que chegam ao abatedouro para serem processadas e comercializadas.
Embora as aves mais jovens sejam mais suscetíveis, a doença afeta tanto frangos quanto reprodutoras em qualquer etapa da vida. Inclusive o problema pode estar intimamente ligado às etapas anteriores ao nascimento do pinto, como o incubatório e/ou granjas de reprodução.
Isso porque existem dois tipos de transmissão: a vertical e a horizontal. Quando ela ocorre de forma vertical, há a mortalidade precoce de pintos. Quando há mortalidade após 30 dias de vida e/ou condenação no frigorífico, é provável que a transmissão tenha ocorrido de modo horizontal. Ou seja, entre as aves de um mesmo aviário, entre aviários, entre regiões, etc.
As 6 vias principais de entrada da APEC nas aves
A principal via de contaminação — ou porta de entrada — é a via respiratória. Mas não a única:
A E. coli não causa doenças entéricas em aves, mas, ao serem eliminadas nas fezes, elas permanecem viáveis por longo tempo na cama do aviário que, em épocas de mais baixa umidade do ar, costuma estar muito seca, com muita poeira. A poeira suspende a bactéria, que é inalada pelas aves e pode iniciar uma doença respiratória ou sistêmica.
Controle da colibacilose
O caminho para o controle da colibacilose é a prevenção. Ao melhorar a biosseguridade, o saneamento, a qualidade do ar (ambiência), a nutrição, a imunidade e a qualidade do pinto de 1 dia, é possível reduzir o nível de exposição às E. coli patogênicas (APECs).
Uma das principais alternativas para atuar no equilíbrio e modulação da microbiota intestinal da ave (eubiose) é o uso de probióticos. Eles estimulam o crescimento e ação de bactérias benéficas que competem com as APECs. Além disso, estimulam o sistema imune.
Qual tipo de probiótico usar – e quando começar
Como o intestino das aves é colonizado por centenas de espécies de bactérias, é necessário que o probiótico utilizado consiga promover a colonização de todos os segmentos intestinais. Em cada parte do órgão, há o predomínio de diferentes espécies. Por essa razão, os probióticos mais indicados são os compostos por múltiplas cepas, selecionadas pela capacidade de adesão à mucosa intestinal e inibição de bactérias patogênicas.
O momento ideal para iniciar a colonização é desde o primeiro dia de vida da ave. Quando fazemos a colonização precoce com probióticos compostos por bactérias láticas, aceleramos o crescimento e fixação da microbiota intestinal. Isso será benéfico às aves, pois elas serão mais resistentes às bactérias patogênicas que, geralmente, estão presentes na ração, na água, na cama e no ambiente.
Vacinas Autógenas
Para controlar o problema e promover a imunidade em reprodutoras pesadas, uma alternativa é o uso de vacinas autógenas. A Biocamp desenvolve e fabrica vacinas autógenas com rigoroso processo de isolamento do agente que está infectando as aves, além da verificação da patogenicidade da E. coli no desenvolvimento da doença.
A avaliação constante do status sanitário dos lotes também é essencial para prevenir a proliferação das APECs. Caso necessário, é preciso rever programas vacinais de matrizes e frangos, revisar programas nutricionais, eliminar ou reduzir ao máximo os fatores que causam estresse, favorecem a disbiose e a queda de imunidade das aves.
Se você está enfrentando o problema e não quer ser mais um alvo da colibacilose, fale com a Biocamp!