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03/05/2022Diversos países do mundo estão, mais uma vez, vivenciando um agravamento da influenza aviária. Somente nos Estados Unidos, mais de 22,8 milhões de aves tiveram que ser abatidas nos últimos dois meses: o surto chegou a 31 estados e é considerado o maior do país dos últimos 7 anos.
Pela Europa, o vírus está circulando há mais tempo e já atingiu a Polônia, Ucrânia, Rússia, Itália, Reino Unido, Holanda, Alemanha, Portugal, Espanha… A França inclusive autorizou recentemente alguns agricultores a sacrificar lotes inteiros de aves por asfixia a fim de tentar impedir a rápida disseminação da doença.
São 40 países da Europa, América do Norte, Ásia e África — segundo a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) — lutando para manter a ameaça sobre controle naquilo que as autoridades intitularam de “o pior surto de gripe aviária de todos os tempos”. Praticamente, todos os países produtores de frangos e ovos comerciais já reportaram casos de influenza aviária.
Nesse cenário crítico, como está a situação do Brasil? Devemos nos preocupar com a influenza aviária? O que podemos fazer para não enfrentar um surto por aqui? São essas questões que nosso diretor Técnico e Comercial, Paulo Martins, ajuda a responder neste post.
Brasil: por que é preciso se preocupar e agir
O Brasil é o único entre os grandes produtores mundiais de frango que nunca registrou a influenza aviária em seu território — em toda a América do Sul, houve apenas um surto de alta patogenicidade, no Chile, em 2002, além de outros de baixa patogenicidade, identificados em monitorias em outros países. Uma das possíveis razões para isso é que as aves migratórias se concentram em sítios bem definidos e em regiões onde não há produção avícola consolidada, como a Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul.
Mas, Paulo Martins explica que há muitas outras possibilidades de entrada (e posterior disseminação) do vírus da influenza aviária no Brasil, além da migração de pássaros entre as Américas. Entre elas, o comércio legal (e ilegal) de aves e todo o tráfego aéreo, terrestre e marítimo.
São 14 mil quilômetros de fronteiras secas e fluviais e mais 7.300 quilômetros de fronteiras marítimas para controlar, além dos aeroportos. Ou seja, riscos de entrada de material contaminado sempre vão existir.
E, se o vírus da influenza aviária se espalhar para o Brasil, o mercado externo praticamente se fecha para o País — e não estamos falando somente da produção avícola. Por isso, o que tem ocorrido em todo o mundo também deve ser motivo de preocupação para os produtores brasileiros.
Por isso, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) iniciou uma mobilização setorial para uma campanha com o objetivo de disseminar os cuidados sanitários nas propriedades avícolas de todo o País. Esse nosso conteúdo vem justamente para reforçar esse alerta, já que todo o setor é corresponsável para manter o País livre da influenza aviária — e, assim, não sofrermos as suas consequências.
Agora é a hora de intensificar a vigilância com monitoria sorológica, rever todos os procedimentos de biosseguridade e treinar as equipes para contribuir com a atividade avícola e manter o país menos vulnerável. Listamos as dez principais medidas de biosseguridade, nos sistemas produtivos, para aumentar a proteção contra a IA.
10 medidas para manter sua produção livre da influenza aviária
Mantenha distância
O ideal é que haja, no mínimo, 3 quilômetros de distância da sua produção a propriedades vizinhas que possuem aves não industriais (aves de subsistência, ornamentais, aquáticas, principalmente de criações de aves de múltiplas espécies e idades).
Isole e controle sua propriedade
Todo o fluxo de materiais, veículos e pessoas, nos acessos às instalações agroindustriais de aves, tem que ser restrito, controlado e tudo registrado em questionários e formulários. A propósito, não devem existir visitantes na propriedade neste período mais crítico. É como se fossemos reproduzir nas granjas o mesmo lockdown que vimos durante a pandemia de COVID 19. Nenhum conhecido, nenhum vizinho, nenhum parente, deve visitar a sua granja. Caso necessário, o Responsável Técnico (RT), ou o supervisor da integração, ou mesmo equipe de vacinação e manutenção, assim como todos os funcionários, devem cumprir um ritual de desinfecção de veículos, calçados, com banhos, trocas de roupa, uso de botas desinfetadas, tudo isso rigorosamente vistoriado. Mesmo com todos esses procedimentos, ninguém, que esteve a menos de três dias em outra propriedade, deverá entrar em sua granja. Aqueles que cumprirem todos esses requisitos, devem deixar informado e registrado seus nomes, o motivo da visita, seus telefones e contatos, granjas onde estiveram nos últimos 7 dias.
Crie barreiras
O portão de acesso na entrada é a primeira barreira física de isolamento na granja, núcleo ou galpão. Ele deve estar bem sinalizado com placas de advertência como “Acesso somente de pessoas autorizadas”, “Proibida a entrada de animais domésticos”, etc.
Lave primeiro, desinfete depois
Todo e qualquer veículo de transporte deverá ficar fora do perímetro da granja. Os veículos e equipamentos que entram na propriedade, inclusive os veículos dos proprietários, funcionários e técnicos, devem ser devidamente lavados com jato de água e detergentes para, somente depois, passar pelos arcos de pulverização de desinfetantes. Os arcos têm que ficar logo após o portão de acesso e, mais importante, funcionarem perfeitamente, dia e noite, com troca diária de desinfetante!
Para as botas dos profissionais que entram nos núcleos e nos galpões, a recomendação é a mesma: lave com um jato d’água e esfregue muito bem com escova primeiro e, somente depois, desinfete. É uma sequência de procedimentos que faz diferença!
Utilização de cercas, malha e tela
Para que aves silvestres, animais domésticos ou de vida livre não acessem os galpões de criação, é preciso atenção às cercas, malha ou tela. As cercas de isolamento dos galpões ou núcleos, têm que ter altura mínima de 1 metro, estarem distantes 5 metros dos galpões ou edificações.
Os galpões de aves devem possuir ainda tela com arame galvanizado, nylon, malha plástica ou outro material com malha não superior a 1 polegada (2,54 cm) de abertura. A tela precisa cobrir toda e qualquer área, do piso ao teto do galpão. Cuidado com os acessos (portas e portões dos galpões). Eles devem permanecer fechados, de preferência com algum dispositivo de fechamento automático.
Controle as pragas
É fundamental fazer o controle de pragas (moscas, outros insetos, ácaros, roedores), lembrando que a desratização vem depois da desinsetização. Isso porque os ratos abrigam em seus corpos uma grande quantidade de ectoparasitas. Ao morrer, assim que a carcaça esfria, os ectoparasitas abandonam as carcaças e invadem as instalações vizinhas.
É importante utilizar raticidas em pontos estratégicos de circulação dos roedores e fazer a monitoria periódica dos pontos de controle.
Tratamento de água do subsolo ou de superfície
Toda a água, fornecida para as aves ou água para limpeza e desinfecção, deve ser clorada, mínimo de 3 ppm no ponto final de consumo. Caso a água utilizada na propriedade venha da superfície (rios, lagos, açudes) o cuidado deve ser dobrado e o nível de cloro não deverá ser inferior a 5ppm no ponto final de consumo. O importante é sempre monitorar esses valores e, se considerarmos parâmetros de ORP (Potencial de oxidação/redução), estes deverão estar entre 650 a 700 mV (milivolts).
Lembre-se que as aves selvagens, aquáticas, migratórias, que frequentam os rios, lagos e açudes, podem ser portadoras e transmitir vírus influenza de baixa patogenicidade às aves de vida livre locais (aves sinantrópicas) que convivem na propriedade (pombos, anus, urubus), levando risco às aves comerciais.
Tratamento das camas no intervalo entre lotes
Os processos de higienização dos aviários, incluindo se necessário a lavagem e desinfecção, e o vazio sanitário entre lotes reduzem a pressão de infecção dos agentes e os riscos de contaminação de patógenos. O tratamento da cama reutilizada deve ser feito levando em conta que a adequada fermentação reduz a carga microbiana, reduzindo riscos de contaminação dos lotes. Não é recomendada a reutilização caso haja ocorrência de problema sanitário no lote anterior. O supervisor da integração ou Responsável Técnico de sua propriedade podem orientar, caso a caso, como o tratamento das camas deve ser realizado.
Eliminação de carcaças ou aves de descarte
As aves doentes e/ou carcaças devem ser retiradas dos aviários no mínimo uma vez pela manhã, outra no meio do expediente e mais uma no seu final. As carcaças devem ser acondicionadas em contêineres com tampa para evitar o acesso de animais domésticos. Elas têm que ser processadas em composteiras, desidratadores, aceleradores de compostagem ou incineradores. Todas as vezes que o funcionário depositar as aves nos locais de descarte, antes de retornar ao trabalho, ele deverá cumprir todo o ritual de higienização, incluindo a troca de roupa e calçados.
Alerta para sinais ou sintomas de enfermidades
Os granjeiros e/ou funcionários que trabalham na granja, em contato direto com as aves, são os maiores aliados no diagnóstico precoce de problemas, desde que estejam bem informados, treinados e tenham contato direto com os supervisores e ou RT da granja. Toda a redução de consumo de ração, água, ou então qualquer sintoma respiratório, nervoso ou digestivo, devem ser relatados imediatamente a eles.
Todos esses dez itens devem ser compreendidos por todos os envolvidos na produção avícola, incluindo o proprietário, seus familiares e seus funcionários. O treinamento de todos esses itens deve ser realizado a cada novo funcionário que for admitido. A reciclagem de todos os funcionários deveria ser feita semestralmente, quando cada funcionário deveria apontar possíveis falhas a seus superiores, que deverão buscar correção, ajuda e soluções.
Essas medidas de biosseguridade são essenciais para que o Brasil — e a avicultura de corte e postura — estejam livres da influenza aviária e doença de Newcastle. Além disso, ajudam a manter a qualidade da produção e a atender um mercado cada vez mais exigente.
Confira aqui mais detalhes sobre medidas de biosseguridade nas granjas de poedeiras e aqui na produção de aves de corte. Esse é o momento de rever os procedimentos e também de se posicionar no mercado diante desse surto que tem provocado alto impacto nos preços e na disponibilidade de aves e ovos.
Converse com a Biocamp e verifique como podemos contribuir com o treinamento da sua equipe nos procedimentos de biosseguridade.