Colonização precoce: ponto de partida para uma produção de ovos seguros
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26/12/2022Desde que a pandemia da Covid-19 teve início, o custo de produção do frango de corte aumentou cerca de 30%, criando um “novo normal” no que diz respeito aos altos custos de produção. Em outubro deste ano, por exemplo, o custo de produção atingiu a marca dos R$ 5,49/kg, 30 centavos a menos que o recorde histórico, de março deste ano.
Essa nova realidade é um desafio para o segmento de frango de corte, que precisa considerar ações de como ser menos impactado por valores que se projetam para 2023. Nesse contexto, não há dúvida: olhar para a nutrição das aves é fundamental.
Primeiro, porque o custo de milho e de soja, as matérias-primas que são a base da ração das aves, segue em alta no mercado — há projeção de acréscimo para 2023. Segundo, porque, de acordo com a Embrapa, a alimentação das aves representa 72,31% do total investido na atividade.
Ou seja, se mais de 70% do custo de produção de frango de corte está atrelado à nutrição, as agroindústrias precisam pensar em alternativas que contribuam para a redução da conversão alimentar — e, consequentemente, para que não haja perda econômica. Mas, como colocar isso em prática? O ponto de partida está na saúde geral do plantel.
Integridade Intestinal e Conversão Alimentar das aves: diretamente relacionadas
A saúde geral do plantel é um dos fatores que mais influenciam na conversão alimentar em frangos de corte. Quando a microbiota das aves está em desequilíbrio, por exemplo, que é a chamada disbiose, os nutrientes presentes na ração NÃO são absorvidos corretamente na digestão e acabam sendo desperdiçados nas fezes.
Para evitar que isso aconteça e não haja perda na lucratividade, é importante que a equipe técnica esteja atenta à integridade intestinal dos frangos de corte, cuja manutenção é possível com uso de probióticos durante todo o ciclo de produção das aves. Para falar mais sobre o assunto, convidamos o Gerente de Negócios da Biocamp, o médico veterinário Bauer Alvarenga. Ele explica:
- o que é integridade intestinal;
- quais são as fases de colonização da microbiota;
- os fatores que colocam a integridade intestinal em risco;
- o que fazer para alcançar a integridade intestinal;
- como reduzir a conversão alimentar — recomendação de probiótico.
Acompanhe o conteúdo a seguir!
O que é integridade intestinal
A integridade intestinal é um conceito bastante amplo. Vai muito além do aspecto morfológico e conecta vários órgãos e sistemas: digestivo, imune, nervoso visceral e central. Por isso, a importância em manter a integridade morfológica de vilosidades e criptas intestinais — bem como suas funcionalidades — deve ter início ainda no processo de incubação.
“Afinal, temperaturas elevadas no terço final de incubação afetam o desenvolvimento dos embriões e limitam a absorção dos nutrientes presentes no saco vitelínico”, diz Bauer.
Quando isso acontece, nascem pintos de menor qualidade e que provavelmente terão desempenho inferior aos demais, contribuindo para o aumento da mortalidade inicial.
Além da integridade intestinal, o intestino precisa de uma microbiota em equilíbrio para apresentar boa funcionalidade. Ou seja, de uma microbiota saudável, que apresente alta diversidade de microrganismos não patogênicos e que seja fundamental para o metabolismo e absorção de nutrientes. A microbiota intestinal possui relação direta com a integridade intestinal e sua formação é composta por 3 fases.
As 3 fases da formação da microbiota intestinal
1ª) Fase de colonização
Acontece durante o período perinatal: entre o final da fase embrionária e os três primeiros dias de vida da ave. É marcada por um aumento significativo da microbiota intestinal quanto à quantidade de microrganismos e diversidade.
Como os pintinhos nascem com uma microbiota rudimentar, após o alojamento haverá um aumento significativo da colonização intestinal devido à ingestão de ração, água e cama.
2ª) Fase de maturação
Acontece entre o 4º e o 14º dia de vida da ave e é quando a microbiota intestinal passa por importantes transformações. Nesta fase ocorre a diferenciação da microbiota ao longo do intestino junto à maturação das funções intestinais que estabelecem diferentes pH, regulam a produção de enzimas, criam ambientes com maior ou menor concentração de oxigênio, etc.
São esses fatores que favorecem a digestão do alimento e a absorção dos nutrientes. Ao término da fase de maturação, cada segmento intestinal será colonizado por diferentes gêneros bacterianos.
3ª) Fase de manutenção
A partir da terceira semana de vida, tem início a fase de manutenção da microbiota intestinal. É quando há uma constante busca pelo domínio dos microrganismos comensais sobre os patogênicos (eubiose).
O intestino delgado é colonizado principalmente por bactérias láticas, enquanto nos cecos há um predomínio de bactérias anaeróbicas – restritas ou facultativas –, resultando em uma maior riqueza e diversidade microbiana.
Fatores que colocam em risco a integridade intestinal das aves
Bauer explica que a inflamação intestinal pode ser causada tanto por agentes infecciosos quanto por fatores não infecciosos, que promovem o aumento do turnover celular e/ou que causam imunossupressão. “Isso impacta negativamente a integridade intestinal e o funcionamento do sistema digestório”, diz.
Sendo assim, a modulação da microbiota é o melhor caminho para alcançar a integridade intestinal. Ela deve começar o mais cedo possível, ainda no incubatório, com probióticos de múltiplas cepas ou exclusão competitiva. A aplicação pode ser feita in ovo ou via spray. Eles formarão a microbiota pioneira de modo a:
- favorecer ganhos zootécnicos;
- estimular o sistema imune;
- dificultar a colonização de bactérias patogênicas, que podem estar presentes na ração, água e ambiente de criação das aves.
Probióticos auxiliam na conversão alimentar
As bactérias probióticas são responsáveis por exercer papel essencial na colonização, maturação e manutenção da integridade intestinal. Competem com o crescimento de bactérias patogênicas, reduzem a ocorrência de enfermidades e — o que é muito importante! — permitem melhor absorção dos nutrientes da ração pelo organismo da ave.
Com isso, contribuem para redução da conversão alimentar e aumento do ganho de peso, o que impacta diretamente na lucratividade.
Mas, Bauer ressalta que existem grandes diferenças entre os probióticos disponíveis no mercado.
“Ao escolher um probiótico, é importante se atentar para questões relacionadas ao número de cepas que compõem o produto, sua apresentação, vias de aplicação, bem como tipo de fermentação adotada (aerobiose ou microaerofilia). Afinal, os níveis de oxigênio variam significativamente entre os segmentos intestinais.”
Aqui, falamos sobre os diferentes tipos de probiótico. Para quem busca um programa que atenda com precisão os desafios do plantel e permita uma melhor integridade intestinal, Bauer recomenda o Colostrum® Bio21 Mix.
Colostrum® Bio21 Mix tem o diferencial de contar com 21 cepas
O Colostrum® Bio21 Mix é um probiótico composto por múltiplas cepas bacterianas e indicado para rações de todos os tipos de aves comerciais. Seu triplo revestimento confere termorresistência às elevadas temperaturas de processamento de rações.
“Durante o seu desenvolvimento, foram selecionadas 20 cepas de bactérias láticas com elevada capacidade de adesão à mucosa intestinal e eficiência para o controle de salmonelas paratíficas. A elas foi adicionada uma cepa específica de Bacillus subtilis, cepa LOFU-160, que tem como alvo o Clostridium perfringens”, explica Bauer.
Segundo o gerente de Negócios da Biocamp, essa associação de 21 cepas em um único probiótico confere maior versatilidade ao Colostrum® Bio21 Mix.
“Clientes de frangos de corte do Brasil e da América Latina relatam ganhos zootécnicos e sanitários ao utilizarem esse produto. Os mais comuns são redução da conversão alimentar e aumento do ganho de peso diário (GPD), conferindo viabilidade econômica ao programa delineado. Além disso, há relatos de redução do uso de antimicrobianos devido à melhoria da integridade intestinal”, conclui.
Conheça os benefícios do Colostrum® Bio21 Mix para sua produção de frangos de corte.