Bem-Estar Animal em poedeiras comerciais: por que é importante estar atento?
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07/01/2022Entre 18°C e 24°C. Essa é a faixa de temperatura considerada ideal para as aves de produção. Imagine, então, o que acontece em épocas como as atuais (verão), em que algumas regiões do país enfrentam dias quentes, com os termômetros marcando 35°C? É fato que temperaturas acima (ou abaixo) desse patamar acionam nas aves mecanismos de termorregulação como uma forma de defesa. A questão é que isso pode levar a problemas sérios.
É por isso que o verão, período de altas temperaturas e de maior frequência de chuvas, é bastante crítico e desafiador aos técnicos e gerentes de produção das granjas de postura. As aves são muito sensíveis aos picos de calor e não conseguem suportar temperaturas extremas por muito tempo.
O principal efeito é o estresse térmico, que provoca uma série de consequências, como:
- Diminuição do consumo de ração e aumento da ingestão de água;
- Menor taxa de crescimento;
- Queda na produção de ovos;
- Maior incidência de ovos com casca fina;
- Aumento de enterites;
- Aumento da mortalidade;
- Perda de produtividade da granja;
- Menor lucratividade.
Por causa do estresse térmico, as aves ficam mais propensas às enterites como a Duodenite Focal Necrosante (DFN). Doença muitas vezes silenciosa, está associada a infecções pelas bactérias Clostridium perfringens e Clostridium colinum e traz grande impacto econômico às granjas.
O peso dos ovos diminui aproximadamente 2,5 a 4 gramas e, como se não bastasse, pode levar bastante tempo para que volte a alcançar o peso padrão para a idade.
Então, como é possível passar pelo verão sem ter grandes impactos econômicos na produção e lucratividade?
Como evitar o estresse calórico e reduzir perdas econômicas
Os galpões climatizados são ferramentas eficientes para evitar o impacto das altas temperaturas e, assim, manter a alta produtividade. Quando bem planejados, eles proporcionam a dissipação do calor corporal produzido pelas aves e dos gases produzidos pela cama — amenizando os efeitos térmicos estressores.
Atualmente, há no Brasil galpões climatizados de pressão negativa, com técnicas de resfriamento com o uso de placas evaporativas. No entanto, apesar de crescente em novos projetos, contar com essa estrutura ainda não é comum em boa parte das granjas brasileiras.
Nesses casos, é possível adotar medidas associadas ao bem-estar animal que ajudam a amenizar o impacto do calor nas aves em galpões com ambientes não controlados. Veja quais são elas:
Cuidados com o manejo
Atenção redobrada e ação rápida nos manejos são requisitos necessários aos gerentes, técnicos e colaboradores envolvidos no cuidados às aves.
Monitorar a temperatura do galpão, manter a caixa d’água das aves em local sombreado, dispor de ventiladores no galpão e de sistema de nebulização são dicas de manejo que ajudam a amenizar o impacto do calor nas aves.
Também é preciso observar o comportamento das aves, realizar flushing na linha dos bebedouros nos horários mais quentes do dia, disponibilizando água fresca e em volume, bem como manter conforto térmico também nas áreas de piquete, dispondo de áreas sombreadas para as aves criadas soltas.
O propósito da ventilação nos galpões avícolas é manter uma velocidade do ar suficientemente alta ou uma temperatura no galpão suficientemente baixa para que as aves possam manter a temperatura corporal. Isso porque a geração de calor pela ave, incremento calórico no ambiente pelo alto metabolismo corporal da poedeira, é grande: cada ave gera calor equivalente a uma lâmpada de 20 watts. Esta é a grande preocupação, principalmente em galpões automatizados abertos e com sistema de gaiolas verticais.
Só que, como a combinação do calor com a umidade — típica do verão — pode ser fatal para as poedeiras comerciais, é preciso atenção. Durante o dia, quando há mais calor e menos umidade, é recomendado usar ao máximo a ventilação e os aspersores; à noite, o uso de aspersores ou nebulizadores deve ser evitado. Além disso, em dias de calor extremo, com temperaturas ambiente acima de 35°C, é recomendada a aspersão de água diretamente nas aves, para evitar o aumento de mortalidade pela fadiga do sistema termorregulador das aves.
Dicas de nutrição para galinhas poedeiras
Quando estão em sua zona de conforto térmico, as poedeiras respiram 25 vezes por minuto. Conforme a temperatura aumenta, esse número também cresce: pode chegar a 250 vezes por minuto. Esta ofegação é a tentativa da ave perder calor pela respiração, pois a cobertura pelas penas dificultará esta tarefa e, em caso extremos, pode levar à morte do animal.
Isso acontece porque a ave que ofega desta maneira elimina muita água e acaba ficando enfraquecida. A consequência é sentida na produção de ovos, que ficam com a casca muito mais fina que o normal. Mas, não é apenas água que a ave perde. Com o estresse calórico, cai também o consumo de alimento, há queda nos índices de cálcio e fósforo, o que contribui para cascas de ovos mais frágeis.
À medida que as aves ofegam, perdem dióxido de carbono dos pulmões em excesso e grande quantidade de íons bicarbonato. Portanto, nesta época do ano é comum que especialistas em nutrição, com objetivo de diminuir incremento calórico e rever parâmetros, orientem para a substituição de 30% do sal por bicarbonato de sódio ou, pelo menos, inserir na dieta suplementos e eletrólitos via água de bebida.
Ajustes nos níveis nutricionais das formulações de ração também são recomendadas para esta época e devem ser recomendados por um nutricionista.
Probiótico é grande aliado no combate e prevenção
Para além dos cuidados com o manejo de temperatura e umidade do ambiente dos galpões, qualidade e temperatura da água, um dos pontos de atenção deve ser a manutenção do equilíbrio da microbiota intestinal.
O uso de probióticos nesses períodos de estresse por altas variações de temperatura é um grande aliado por contribuir com a eubiose (equilíbrio) da microbiota das aves, para preservar a integridade intestinal e para evitar a perda de performance das aves.
Probióticos preservam a integridade intestinal e melhoram a digestão e absorção de nutrientes da ração. Ao colonizar o intestino com bactérias benéficas, manter e restaurar a microbiota das aves, evitam doenças oportunistas como as enterites, contribuem para que não haja perda de performance das aves, auxiliam na diminuição de gastos desnecessários com medicamentos e ainda contribuem para a lucratividade.
A produção de ovos alcança níveis esperados, ou seja, com boa casca e bom tamanho. Dois probióticos indicados para esse período de altas temperaturas são o Colostrum® Mix e o Colostrum® Bio21 Mix.