3 pontos a considerar ao escolher um probiótico para aves
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11/07/2021Doenças do sistema respiratório são bastante comuns na avicultura por conta da facilidade de propagação dos agentes etiológicos pelo plantel. No inverno, no entanto, o cenário é ainda mais preocupante. Isso porque as aves ficam expostas a uma grande amplitude térmica — noites e madrugadas frias, com dias quentes — e podem ter sua imunidade comprometida.
Como os problemas respiratórios são geralmente síndromes, com mais de um agente etiológico envolvido, um processo infectocontagioso crônico é instalado nos lotes de aves da granja. Isso resulta em prejuízos econômicos bastante significativos.
Uma das alternativas para combater esses agentes que se proliferam com rapidez são os programas de imunização para o controle das enfermidades respiratórias — aliados às medidas de biosseguridade. Aqui, ganham destaque as vacinas autógenas, que são ferramentas importantes neste processo. Neste artigo, o Gerente de Negócios da Biocamp, Nelson Haga, explica o que são, o que as diferenciam das vacinas comerciais, com quem contar para sua produção e como usá-las.
O que são as vacinas autógenas?
As vacinas autógenas — também conhecidas como autólogas ou autovacinas — são produtos customizados. Isso significa que elas são produzidas para atender as necessidades específicas de prevenção às doenças na propriedade (Taylor made), preparadas com o próprio agente que está infectando as aves das granjas.
Esse agente bacteriano ou viral é isolado, identificado, replicado e inativado por produtos e técnicas apropriadas para depois ser aplicado no próprio animal ou lote.
Portanto, a vacina age como medida terapêutica dos animais afetados. Ela promove imunidade e proteção do lote para futuros contatos com o mesmo agente.
Quando usar as vacinas autógenas?
Nelson Haga explica que as vacinas autógenas são indicadas quando as vacinas comerciais de linha não conferem proteção apropriada às aves. Ou seja, quando a doença já está presente no plantel.
As vacinas autógenas entram para controlar o surto da doença e promover imunidade dos lotes que são alojados na mesma propriedade. É uma medida sobretudo econômica, porque reduz o uso de medicamentos sem eficácia satisfatória e diminui perdas de produção e mortalidade de animais.
Diferenças entre vacinas de linha e vacinas autógenas
Tanto as vacinas autógenas quanto as vacinas comerciais de linha são produzidas com a mesma finalidade. A maior diferença está nos agentes utilizados como antígenos.
Enquanto as vacinas comerciais usam cepas padrão, para a prevenção em grandes regiões, as vacinas autógenas usam cepas autólogas — ou seja, o mesmo agente que está causando a doença infectocontagiosa na propriedade.
“Para vacinas bacterianas, em que a variabilidade de sorotipos é muito grande, o uso da cepa correta é muito importante para o controle e prevenção da doença”, explica Nelson. Por isso, elas são complementares.
Quem pode produzir vacinas autógenas?
A produção das vacinas autógenas é regulada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). Ou seja, é preciso uma autorização do MAPA para o desenvolvimento da vacina, bem como seguir as etapas para fabricação descritas na Instrução Normativa 31, de 2003. São 5 etapas que não podem ser desconsideradas, tampouco suprimidas.
As 5 etapas para fabricação de uma vacina autógena
1. Coleta de amostra e diagnóstico laboratorial
A coleta do material na propriedade tem que ser feita por um médico veterinário, que envia a amostra para um laboratório de patologia animal para isolar e diagnosticar os agentes etiológicos.
Na sequência, os agentes isolados são enviados para o laboratório habilitado a fabricar vacinas autógenas, que deve emitir um termo de recepção da amostra e do laudo de diagnóstico.
2. Produção
Antes de iniciar a produção da vacina autógena, o fabricante deve comunicar o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e enviar uma série de documentos: laudo do laboratório que identificou o antígeno (semente), informações sobre a propriedade-alvo e as propriedades adjacentes que poderão usar a vacina, dados sobre espécies e números de aves a serem vacinadas, etc.
3. Controle de qualidade
Todos os insumos, sementes, processos e produtos devem ser analisados. As vacinas devem ser testadas para as provas de pureza, esterilidade, inativação e inocuidade.
4. Validade e conservação
A validade da vacina autógena é de no máximo 6 meses e deve ser conservada de 2 a 8ºC. A validade da semente-mãe é de 15 meses. Caso extrapole os 15 meses (limite preconizados pelo Ministério), é preciso fazer novamente o isolamento do agente da granja.
5. Comercialização da vacina
Os produtos que atenderem ao controle de qualidade podem ser comercializados. O rótulo deve conter a informação de que é uma vacina autógena, o nome comercial da vacina e a localização da propriedade (alvo e adjacentes) a que se destina.
Por causa dessas etapas exigidas pelo MAPA, o desenvolvimento de uma vacina não pode ser feito em poucos dias — leva cerca de dois meses até que as provas de eficácia, inocuidade e esterilidade estejam concluídas para a comercialização.
Como avaliar uma vacina autógena
Como a vacina é autógena e customizada de acordo com as necessidades da granja, é possível associar dois ou mais agentes etiológicos em um mesmo produto. O importante é contar com uma empresa que tenha expertise na produção e que atenda a todas as etapas regulatórias exigidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Esse é o caso da AUTO-VAC® (AutoVac® Pasteurella), vacina autógena inativada oleosa contra pasteurelose, desenvolvida pela Biocamp e com utilização autorizada pelo MAPA. Ela é indicada para a profilaxia de infecções causadas por Pasteurella multocida isolada em aves de determinada propriedade.
Para combater e prevenir as doenças respiratórias aviárias em sua granja, verifique qual é o melhor programa de vacinação e a necessidade de incluir as vacinas autógenas.