Avicultura brasileira: o que podemos esperar para 2023?
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05/04/2023A avicultura brasileira deve passar, em breve, por um momento decisivo em sua produção: a proibição do uso de antimicrobianos promotores de crescimento (APC) ou melhoradores de desempenho (AMD). É algo que já vem sendo discutido há alguns anos, mas tudo indica que a “virada de chave” esteja próxima de acontecer.
Alguns indícios recentes confirmam essa constatação: acabou de ser realizada uma consulta pública tratando do assunto. Soma-se a isso o fato do veto ao uso ser uma tendência mundial. Vamos falar mais sobre esses dois pontos nesse conteúdo, mas, principalmente, trazer algumas informações muito relevantes para o mercado.
A principal delas: como os produtores podem começar a se preparar sem prejudicar a produtividade e rentabilidade da produção. Acompanhe nas próximas linhas!
A consulta pública
Terminou, em 3 de janeiro de 2023, o prazo para consulta pública a respeito da portaria que consolida as proibições, em todo território nacional, da fabricação, manipulação, comercialização, importação ou uso de insumos ativos e produtos de uso veterinário específicos.
Vale reforçar que:
Isso não significa que já temos uma definição quanto à proibição, mas que algumas ações vêm sendo fomentadas de modo a colocar a portaria em pauta. Podemos aguardar por um desenrolar dos fatos em 2023.
A tendência mundial
A União Europeia já havia abolido o uso de antibióticos promotores de crescimento (APC) em 2006, em todo seu território. Logo depois, em 2018, acabou estendendo essa proibição para os países exportadores do bloco. O efeito da normativa teve início em 2022 – ou seja, é algo recente.
Nos Estados Unidos não é possível o registro de APC desde 2017 e, na China, desde 2021. No Brasil, algumas moléculas importantes para a medicina humana foram proibidas com a finalidade de aditivo zootécnico melhorador de desempenho. São elas: colistina, tilosina, lincomicina e tiamulina. Mas ainda há outras permitidas no País.
Tendo em vista as discussões sobre o assunto em território brasileiro e a tendência mundial, é possível que haja mudanças nesse sentido. Então a recomendação é para que as indústrias comecem a se preparar. Como?
3 sugestões para se adequar ao uso racional de antimicrobianos na avicultura
Antes de tudo, é inegável o papel fundamental que os antimicrobianos têm na avicultura mundial. Eles são usados no tratamento de doenças infecciosas e, portanto, NÃO são vilões.
É o que dissemos aqui e reiteramos: usar racionalmente os antimicrobianos não significa deixar de usá-los. O que precisamos é entender a melhor maneira de produzir alimentos com o menor uso possível desses produtos. Investir em alternativas e em melhorias de manejo de forma mais ampla, com treinamento de equipe, é um caminho.
Separamos mais algumas sugestões de como isso pode ser feito.
1) Saiba escolher os antimicrobianos
Mesmo em caso de tratamento de enfermidades, é possível tentar definir o antimicrobiano mais eficiente para o quadro clínico, mas que apresente a menor importância para os seres humanos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) possui um ranking de importância dos antibióticos.
Para uma escolha correta dos antimicrobianos, a recomendação é isolar e identificar as bactérias envolvidas no quadro clínico, avaliar a sensibilidade das principais classes de antimicrobianos, definir o espectro de ação desejado, alertar para o local de ação-alvo da droga e respeitar o período de carência.
2) Comece de maneira gradual
Sabemos que, na avicultura, qualquer mudança pode demandar investimento e/ou colocar a produtividade e a rentabilidade do negócio em cheque. Então a dica que vale ouro é: evite a disrupção.
Defina um porcentual do plantel e/ou uma região específica para fazer os testes. Nesse período, é muito importante ouvir a equipe técnica para melhor entendimento dos desafios encontrados. Assim que tiver os resultados, é possível ir ampliando o porcentual e/ou região.
Isso vale tanto para alterações no manejo e processo quanto para programas vacinais, de limpeza, desinfecção, entre outros. Inclusive para substituir os antimicrobianos, o que nos leva à última sugestão.
3) Substitua os antimicrobianos
Atualmente, há no mercado uma vasta linha de aditivos considerados substitutos eficazes aos antimicrobianos. Um deles — e que merece destaque — é o probiótico.
É um produto que modula a microbiota intestinal das aves com bactérias benéficas, contribuindo para mantê-la em equilíbrio durante todo o ciclo de vida do animal. Com isso, o lote tem boa integridade intestinal, o que significa redução no índice de enfermidades e, consequentemente, menor necessidade de uso de antimicrobianos.
Além disso, os probióticos desempenham funções essenciais que se traduzem em melhor desempenho zootécnico e econômico.
Qual probiótico usar – e quando?
Os probióticos NÃO são iguais. Tanto a qualidade quanto a quantidade das bactérias importam. Por isso, é preciso considerar o programa mais adequado para o seu negócio e os diferenciais de uma empresa que tem credibilidade no mercado e expertise técnica.
Com relação ao período, o ideal é começar o mais cedo possível, ainda no incubatório, com a colonização precoce das aves por meio do uso de probióticos de exclusão competitiva ou de múltiplas cepas láticas.
Aqui você tem mais informações sobre as diferenças entre eles. A linha Colostrum®, desenvolvida pela Biocamp, traz os produtos mais adequados para o desempenho da sua produção.
Fale com um dos nossos consultores para entender melhor sobre o assunto e estar preparado para o futuro da avicultura!